segunda-feira, 19 de março de 2012

DISCURSO DO PAPA BENTO XVI PARA OS NAMORADO

http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/speeches/2011/september/documents/hf_ben-xvi_spe_20110911_fidanzati-ancona_po.html
ENCONTRO COM OS NAMORADOS
DISCURSO DO PAPA BENTO XVI

Praça do Plebiscito, Ancona
Domingo, 11 de Setembro de 2011

Queridos namorados!
Sinto-me feliz por concluir este dia intenso, ápice do Congresso Eucarístico Nacional, encontrando-me convosco, como que querendo confiar a herança deste acontecimento de graça às vossas jovens vidas. De resto, a Eucaristia, dom de Cristo para a salvação do mundo, indica e contém o horizonte mais verdadeiro da experiência que estais a viver: o amor de Cristo como plenitude do amor humano. Agradeço a saudação cordial do Arcebispo de Ancona-Osimo, D. Edoardo Menichelli, e a todos vós por esta vivaz participação; obrigado também pelas perguntas que me fizestes e que acolho confiando na presença entre nós do Senhor Jesus: só Ele tem palavras de vida eterna para vós e para o vosso futuro!
Aquilo que pondes em questão, no actual contexto social, assume um peso maior. Gostaria de vos oferecer apenas algumas orientações para uma resposta. Em certos aspectos, o nosso é um tempo difícil, sobretudo para vós jovens. A mesa está posta com tantas coisas apetecíveis, mas, como no episódio evangélico das bodas de Caná, parece que faltou o vinho da festa. Sobretudo a dificuldade de encontrar um trabalho estável é causa de incerteza sobre o futuro. Esta condição contribui para adiar a tomada de decisões definitivas, e incide de modo negativo sobre o crescimento da sociedade, que não consegue valorizar plenamente a riqueza de energias, de competências e de criatividade da vossa geração.
Falta o vinho da festa também a uma cultura que prescinde com frequência de critérios morais claros: na desorientação, cada qual é estimulado a mover-se de maneira individual e autónoma, muitas vezes unicamente só no perímetro do presente. A fragmentação do tecido comunitário reflecte-se num relativismo que afecta os valores essenciais; a consonância de sensações, de estados de ânimo e de emoções parece mais importante do que a partilha de um projecto de vida. Também as opções fundamentais se tornam assim frágeis, expostas a uma revogabilidade perene, que com frequência é considerada expressão de liberdade, mas ao contrário, indica a sua carência. Faz parte de uma cultura privada do vinho da festa também a aparente exaltação do corpo, que na realidade banaliza a sexualidade e tende a fazê-la viver fora de um contexto de comunhão de vida e de amor.
Queridos jovens, não tenhais medo de enfrentar estes desafios! Nunca percais a esperança. Tende coragem, também nas dificuldades, permanecendo firmes na fé. Tende a certeza de que, em todas as circunstâncias, sois amados e protegidos pelo amor de Deus, que é a nossa força. Deus é bom. Por isso é importante que o encontro com Ele, sobretudo na oração pessoal e comunitária, seja constante, fiel, precisamente como o caminho do vosso amor: amar a Deus e sentir que Ele me ama. Nada nos pode separar do amor de Deus! Depois, tende a certeza de que também a Igreja está próxima de vós, vos ampara, não cessa de olhar para vós com grande confiança. Ela sabe que tendes sede de valores, dos verdadeiros, sobre os quais vale a pena construir a vossa casa! O valor da fé, da pessoa, da família, das relações humanas, da justiça. Não desanimeis face às carências que parecem afastar a alegria da mesa da vida. Nas bodas de Caná, quando o vinho terminou, Maria convidou os servos a dirigirem-se a Jesus e deu-lhes uma indicação clara: «Fazei o que Ele vos disser» (Jo 2, 5). Valorizai estas palavras, as últimas de Maria descritas nos Evangelhos, quase um seu testamento espiritual, e tereis sempre a alegria da festa: Jesus é o vinho da festa!
Como namorados estais a viver uma fase única, que abre para a maravilha do encontro e faz descobrir a beleza de existir e de ser preciosos para alguém, de poder dizer um ao outro: tu és importante para mim. Vivei com intensidade, gradualidade e verdade este caminho. Não renuncieis a perseguir um ideal alto de amor, reflexo e testemunho do amor de Deus! Mas como viver esta fase da vossa vida, como testemunhar o amor na comunidade? Gostaria de vos dizer antes de tudo que eviteis fechar-vos em relações intimistas, falsamente animadoras; fazei antes com que a vossa relação se torne fermento de uma presença activa e responsável na comunidade. Depois, não vos esqueçais de que para ser autêntico, também o amor exige um caminho de amadurecimento: a partir da atracção inicial e do «sentir-se bem» com o outro, educai-vos a «amar» o outro, a «querer o bem» do outro. O amor vive de gratuidade, de sacrifício de si, de perdão e de respeito do outro.
Queridos amigos, cada amor humano é sinal do Amor eterno que nos criou, e cuja graça santifica a escolha de um homem e de uma mulher de se entregarem reciprocamente a vida no matrimónio. Vivei este tempo do namoro na expectativa confiante desse dom, que deve ser aceite percorrendo um caminho de conhecimento, de respeito, de atenções que nunca deveis perder: só sob esta condição a linguagem do amor permanecerá significativa também com o passar dos anos. Depois, educai-vos desde já para a liberdade da fidelidade, que leva a proteger-se reciprocamente, até viver um para o outro. Preparai-vos para escolher com convicção o «para sempre» que conota o amor: a indissolubilidade, antes de ser uma condição, é um dom que deve ser desejado, pedido e vivido, para além de qualquer mutável situação humana. E não penseis, segundo uma mentalidade difundida, que a convivência seja uma garantia para o futuro. Acelerar as etapas acaba por «comprometer» o amor, que ao contrário precisa de respeitar os tempos e a gradualidade nas expressões: tem necessidade de dar espaço a Cristo, que é capaz de tornar um amor humano fiel, feliz e indissolúvel. A fidelidade e a continuidade do vosso gostar um do outro tornar-vos-ão capazes de estar também abertos à vida, de ser pais: a estabilidade da vossa união no Sacramento do Matrimónio permitirá que os filhos que Deus vos conceder cresçam confiantes na bondade da vida. Fidelidade, indissolubilidade e transmissão da vida são os pilares de qualquer família, verdadeiro bem comum, património precioso para toda a sociedade. Desde já, fundai sobre eles o vosso caminho rumo ao matrimónio e testemunhai-o também aos vossos coetâneos: é um serviço precioso! Sede gratos a quantos vos acompanham na formação com zelo, competência e disponibilidade: são sinal da atenção e da solicitude que a comunidade cristã vos dedica. Não estejais sós: sede os primeiros a procurar e a acolher a companhia da Igreja.
Gostaria de voltar mais uma vez a falar de um aspecto essencial: a experiência do amor tem no seu interior a propensão para Deus. O verdadeiro amor promete o infinito! Por conseguinte, fazei deste vosso tempo de preparação para o matrimónio um percurso de fé: redescobri para a vossa vida de casal a centralidade de Jesus Cristo e do caminhar na Igreja. Maria ensina-nos que o bem de cada um depende do escutar com docilidade a palavra do Filho. Em quem confia n’Ele, a água da vida quotidiana transforma-se no vinho de um amor que torna a vida boa, bela e fecunda. De facto, Caná é anúncio e antecipação do dom do vinho novo da Eucaristia, sacrifício e banquete no qual o Senhor nos alcança, nos renova e transforma. Não percais a importância vital deste encontro: a assembleia litúrgica dominical vos encontre sempre plenamente partícipes: da Eucaristia brota o sentido cristão da existência e um novo modo de viver (cf. Exort. ap. pós-sinodal Sacramentum caritatis, 72-73). Então, não tereis medo de assumir a importante responsabilidade da escolha conjugal; não receareis entrar neste «grande mistério», no qual duas pessoas se tornam uma só carne (cf. Ef 5, 31-32).
Caríssimos jovens, confio-vos à protecção de São José e de Maria Santíssima; seguindo o convite da Virgem Mãe — «Fazei o que Ele vos disser» — não vos faltará o gosto da verdadeira festa e sabereis levar o «vinho» melhor, aquele que Cristo dá à Igreja e ao mundo. Também eu gostaria de vos dizer que estou próximo de vós e de todos os que, como vós, vivem este maravilhoso caminho de amor. Abençoo-vos de coração!

© Copyright 2011 - Libreria Editrice Vaticana

sábado, 10 de março de 2012

ORAÇÃO DO PERDÃO.


                                                

Senhor Jesus Cristo, hoje peço-vos a graça de perdoar a todos em minha vida. Sei que dareis a força para perdoar. Abandono todo o ressentimento contra vós por causa de adversidades, morte e doença na família. Entrego-me a vós hoje, com fé e confiança, vós me amais mais do que amo a mim mesmo e quereis minha felicidade mais do que eu mesmo o desejo. Jesus, vós sois o Senhor de minha vida. Penetrai mais fundo em meu coração e removei tudo que bloqueia a abundância de vosso amor. Concedei-me a graça de repousar em vossos braços e permiti que eu seja amado por vós.
Senhor, porque me perdoastes, perdôo A MIM MESMO meus pecados, minhas faltas e meus fracassos. Perdôo a mim mesmo tudo que é realmente ruim em mim e tudo que penso ser ruim. Perdôo a mim mesmo por tomar vosso nome em vão; por não vos louvar; por magoar meus pais; por me embriagar ou usar drogas; por pecar contra minha pureza; por cometer adultério; por praticar o aborto; por furtar ou mentir; hoje perdôo a mim mesmo de verdade. Abandono toda negatividade a mim mesmo. Hoje abandono as coisas que guardei contra mim mesmo e faço as pazes comigo.
Estou diante de vós como intercessor e estendo o perdão a meus ANTEPASSADOS por atos de negatividade e desamor. Venho diante de vós, Senhor, em nome de todos os que estão em minha árvore genealógica e peço desculpas por todos os atos pecaminosos. Que o perdão jorre por minha árvore genealógica. Que hoje as feridas do passado sejam curadas por meu ato de perdão. Obrigado, Senhor.
Senhor, perdôo minha MÃE. Eu a perdôo pelas vezes que me magoou, ficou ressentida comigo ou me puniu injustamente. Eu a perdôo por preferir meus irmãos e irmãs; eu a perdôo por me dizer que eu era bobo, feio, estúpido, o pior dos filhos, ou que eu dava muita despesa à família. Eu a perdôo por me rejeitar, abandonar, ou por tentar me abortar. Eu a perdôo por me dizer que eu era indesejável, uma desgraça ou um erro. Eu a perdôo por qualquer falta de sustento, qualquer falta de carinho e de beijos. Pelo modo como ela não me deu uma benção materna profunda e satisfatória, eu a perdôo hoje. Rezo por ela, hoje, e peço que Deus a abençoe.
Perdôo meu PAI. Eu te perdôo qualquer falta de apoio, de companheirismo; eu perdôo por beber, por castigar com severidade, pelo abuso sexual, pela deserção ou pela infidelidade a minha mãe. Eu o perdôo por não demonstrar seu amor; pela falta de abraços e beijos, ternura e intimidade. Pelo modo como não recebi uma benção paterna profunda e satisfatória, eu o perdôo hoje. Rezo por ele, hoje e peço que Deus o abençoe.
Perdôo minhas IRMÃS e meus IRMÃOS por quaisquer atos de desamor e negatividade. Perdôo os que me rejeitaram, mentiram a meu respeito, ressentiram-se comigo, causaram-me danos físicos ou competiram pelo amor de meus pais. Perdôo todos os meus PARENTES CONSANGÜÍNEOS pelos danos causados a nossa família. Perdôo todos os meus PARENTES AFINS por quaisquer abusos e expressões de negatividade e desamor. Rezo por eles e peço que Deus os abençoe.
Perdôo meu MARIDO ou a minha ESPOSA pela falta de amor, de afeto, de consideração, de apoio ou de comunicação; Perdôo-lhe as faltas, os fracassos e as fraquezas. Peço que Deus o (a) abençoe hoje.
Hoje perdôo meus FILHOS. Perdôo-lhes a falta de respeito, a falta de obediência, a falta de amor, a falta de atenção, a falta de entendimento. Perdôo-lhes os maus hábitos, qualquer ato que me perturbou. Rezo por eles e peço que Deus as abençoe.
Perdôo meus AMIGOS. Eu os perdôo por me deixarem na mão, mexericarem a meu respeito, tomarem dinheiro emprestado e não me devolverem ou por incentivarem um comportamento pecaminoso. Rezo por eles e peço a Deus que os abençoe.
Perdôo meus VIZINHOS. Por quaisquer atos de negatividade, pela falta de consideração, pelo preconceito, por fazerem pouco da vizinhança, eu os perdôo hoje. Rezo por eles e peço que Deus os abençoe.
Perdôo aos PADRES, aos BISPOS, às FREIRAS e ao PAPA a falta de apoio, a falta de afabilidade, a mesquinhez, os maus sermões e quaisquer danos que possam ter causado. Rezo por eles e peço a Deus os abençoe.
Perdôo meu PATRÃO. Eu o perdôo por não me pagar o suficiente, por não apreciar meu trabalho, por ser indelicado e pouco razoável, por se zangar ou ser inamistoso, por não me promover, por não me congratular por meu trabalho. Rezo por meu patrão, hoje, e peço que Deus o abençoe.
Perdôo todos os PROFISSIONAIS. Perdôo os ADVOGADOS por qualquer dano que tenham causado. Perdôo os PROFESSORES por me humilharem e imporem castigos injustos; pela falta de cordialidade; por não incentivarem meu potencial. Perdôo MÉDICOS, ENFERMEIROS e outros PROFISSIONAIS DA SAÚDE por me tratarem injustamente. Rezo por eles e peço que Deus os abençoe.
Perdôo os que trabalham no SERVIÇO PÚBLICO. Perdôo os que aprovaram leis contrárias aos valores cristãos. Perdôo os POLICIAIS por quaisquer abusos. Rezo por eles, hoje, e peço que Deus os abençoe.
Pai celeste, agora perdôo todos os membros da SOCIEDADE que me tenham magoado de alguma forma. Perdôo os que me rejeitaram ou prejudicaram por meio de ato criminoso, agressão sexual ou atos obscenos. Perdôo os estranhos e anônimos perpetradores do mal na sociedade. Perdôo os que me enganaram ou difamaram meu caráter. Perdôo aqueles a quem não posso me dirigir pessoalmente e enfrentar com minha ira: o ladrão que fugiu, o deflorador, o assassino, os desconhecidos transmissores de doenças, os agressores em tempo de guerra. Rezo por eles, hoje, e peço que Deus os abençoe.
Pai celeste, agora perdôo por um ato minha vontade a PESSOA QUE MAIS ME PREJUDICOU NA VIDA. A que é mais difícil de perdoar, decido perdoar agora. Também faço as pazes com o membro da família, o amigo e o membro do clero que mais me prejudicaram na vida. Rezo por eles, hoje, peço que Deus os abençoe. Agradeço-vos, Pai celeste, por nos libertar. Em nome de Jesus.
Amém.